O acompanhante no parto é fundamental para oferecer suporte emocional e físico à gestante, ajudando na comunicação com a equipe médica e contribuindo para uma experiência mais segura e tranquila durante o trabalho de parto e o pós-parto imediato.
Mas o papel do acompanhante vai muito além disso. Você sabia que, segundo a legislação brasileira, toda gestante tem o direito de escolher uma pessoa para acompanhá-la durante todo o trabalho de parto, o parto e o pós-parto imediato?
O que diz a Lei?
A Lei nº 11.108/2005 garante à gestante o direito de ter um acompanhante de sua livre escolha durante todo o período de trabalho de parto, parto e pós-parto imediato, tanto no sistema público quanto no privado. Esse é um direito fundamental e não pode ser negado por nenhuma instituição de saúde.
Quem pode ser o acompanhante no parto?
Embora o mais comum seja que o pai do bebê exerça esse papel, é importante destacar que o acompanhante no parto não precisa, necessariamente, ser o pai. A gestante pode escolher qualquer pessoa com quem se sinta segura, confortável e acolhida — seja a mãe, uma irmã, amiga ou outro familiar de confiança. O mais importante é que seja alguém disposto a estar por ela e com ela, respeitando seus desejos e necessidades.
O acompanhante é o responsável legal da gestante
Durante o parto, especialmente nos momentos mais intensos, pode acontecer da gestante não conseguir mais se expressar ou tomar decisões de forma clara. Nessas situações, o acompanhante assume o papel de responsável legal temporário dentro da instituição de saúde. Ou seja, ele será a voz da gestante e deverá tomar decisões em seu nome — com base no que ela deseja.
Por isso, é essencial que o acompanhante esteja bem informado, tenha participado da construção do plano de parto e tenha conversado profundamente com a gestante sobre suas vontades e limites. Ter esse alinhamento é o que garante que, caso necessário, ele possa representar fielmente os interesses dela.
Diferença entre acompanhante e doula
É comum confundir o papel do acompanhante com o da doula, mas é importante entender que são funções diferentes e complementares. A doula é uma profissional capacitada para oferecer suporte físico e emocional à gestante de maneira técnica e profissional. Ela possui conhecimento sobre o processo fisiológico do parto, técnicas de alívio da dor, respiração, posições e massagens, e atua exclusivamente no apoio à gestante, sem interferir em decisões médicas.
Já o acompanhante no parto é uma pessoa da confiança da gestante, que oferece suporte afetivo, emocional e prático, sendo também sua representação legal. Ter tanto a doula quanto um acompanhante bem preparado é uma combinação poderosa para garantir um parto respeitoso e humanizado.
A importância da preparação do acompanhante
A participação ativa do acompanhante começa muito antes do parto. É fundamental que ele esteja presente na educação perinatal, participe das consultas e se envolva na elaboração do plano de parto. Dessa forma, o acompanhante e a gestante passam a “falar a mesma língua”, fortalecendo a conexão entre eles e facilitando a tomada de decisões no momento do nascimento.
Benefícios da presença de um acompanhante no parto
Diversos estudos comprovam que a presença de um acompanhante no parto reduz o uso de intervenções médicas, como analgesia ou cesarianas desnecessárias, e melhora a experiência da mulher, diminuindo a dor percebida e aumentando a sensação de segurança. Além disso, o apoio contínuo contribui para um vínculo mais forte entre os envolvidos e um início mais tranquilo da vida em família.
Dicas para escolher o acompanhante ideal
Escolher quem será seu acompanhante no parto é uma decisão muito pessoal. Priorize alguém com quem você tenha uma relação de confiança, que esteja disposto a te ouvir, te apoiar e respeitar suas escolhas. Converse abertamente sobre suas expectativas e desejos para esse momento tão especial.
O papel do acompanhante no pós-parto imediato
Após o nascimento, o acompanhante continua sendo peça-chave no acolhimento e cuidado com a nova família. Ele pode ajudar com o bebê, apoiar a mãe em sua recuperação e garantir que todas as orientações da equipe de saúde sejam compreendidas e seguidas. A presença de alguém de confiança também traz conforto emocional e segurança nos primeiros momentos da maternidade.
Conclusão
O acompanhante no parto é mais do que uma presença simbólica. Ele é suporte, proteção, escuta, decisão e acolhimento. Sua função é estar pela gestante — e, para isso, é fundamental que esteja bem preparado e alinhado com seus desejos. Garantir um acompanhante informado e respeitoso é um passo essencial para um parto mais humanizado, seguro e positivo.