A amamentação e alimentação da mulher que amamenta é um tema cercado por muitas dúvidas e conselhos, nem sempre baseados em evidências. É comum surgirem mitos sobre o que comer para produzir mais leite, o que evitar para não prejudicar o bebê, e se a qualidade do leite depende da dieta. Neste texto, vamos desvendar essas questões, usando informações de fontes confiáveis, e mostrar que, na maioria das vezes, a alimentação durante a lactação é mais simples do que parece.
A Verdade sobre Amamentação e Alimentação: O Leite Materno é Resistente
Um dos fatos mais importantes sobre a amamentação e alimentação é que a qualidade do leite materno é notavelmente resiliente. O corpo humano é uma máquina inteligente e prioriza a nutrição do bebê. Mesmo que a mãe não tenha uma dieta ideal, o organismo mobiliza suas reservas para produzir um leite de alta qualidade.
Isso significa que, mesmo em casos de desnutrição materna, a composição de nutrientes do leite tende a se manter boa. No entanto, o que pode ser afetado é a quantidade de leite produzido e, em longo prazo, a saúde da própria mãe. Por isso, uma alimentação saudável e equilibrada é crucial não apenas para o bebê, mas para a mulher que amamenta.
O Que Realmente Muda na Dieta da Mãe Durante a Amamentação
Não é preciso seguir uma dieta especial ou restritiva durante a amamentação e alimentação. O principal é manter uma rotina alimentar saudável e variada, como a recomendada para qualquer pessoa. O que realmente muda são dois pontos importantes: a necessidade de mais água e o aumento da fome.
Aumentando a Ingestão de Água e Alimentos
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Hidratação é fundamental: A produção de leite exige bastante água do corpo. Beber bastante líquido – água, sucos naturais e sopas – é essencial para se manter hidratada e garantir a produção adequada de leite.
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Aumento da fome: O corpo gasta energia extra para produzir leite. É natural sentir mais fome e precisar de um lanche extra entre as refeições. Escute seu corpo e coma quando tiver fome. Aumentar a ingestão de calorias de forma saudável, com frutas, vegetais, proteínas magras e grãos integrais, pode ajudar a manter a energia.
Mitos sobre Alimentos para Aumentar a Produção de Leite e o Impacto dos Bicos Artificiais
Muitas culturas têm alimentos que, supostamente, aumentam a produção de leite, como canjica, cerveja preta ou chás específicos. O que muitas vezes acontece é que esses alimentos são ricos em calorias e carboidratos, o que pode dar a sensação de saciedade e bem-estar, mas não há evidência científica de que eles aumentem a produção. Na verdade, a cerveja preta, por conter álcool, é contraindicada.
O que realmente aumenta a produção de leite é a sucção do bebê. Quanto mais o bebê mama, mais o corpo entende que precisa produzir leite. A frequência e a pega correta são os fatores mais importantes para a produção. É por isso que o uso de bicos artificiais, como mamadeiras e chupetas, pode interferir na amamentação. A sucção no seio é diferente da sucção em bicos artificiais, o que pode causar “confusão de bicos” no bebê e, consequentemente, uma sucção menos eficaz no peito, diminuindo o estímulo para a produção de leite.
A Importância da Sucção Não Nutritiva
A sucção do bebê no peito é dividida em dois tipos: a sucção nutritiva, que é quando ele engole o leite, e a sucção não nutritiva, que acontece entre as mamadas ou no final delas, quando o fluxo de leite é mais lento. A sucção não nutritiva é fundamental para o conforto do bebê e para estimular a produção de leite a longo prazo. No entanto, a chupeta, por satisfazer essa necessidade de sucção, pode fazer com que o bebê busque menos o peito, diminuindo o estímulo necessário para que o corpo da mãe continue a produzir o volume ideal de leite.
Alimentos Proibidos: O Que Evitar na Amamentação e Alimentação?
Outro ponto que causa muita ansiedade na amamentação e alimentação são os alimentos que, supostamente, causam cólica ou alergias no bebê. Em geral, não há necessidade de restringir alimentos como chocolate, café, feijão ou repolho de forma preventiva. A regra é simples: se o bebê não apresentar nenhuma reação, como irritabilidade, manchas na pele ou desconforto após a mãe consumir um alimento específico, não há motivo para excluí-lo da dieta.
O ideal é observar a reação do bebê. Se houver suspeita de alergia a algo específico, como o leite de vaca, o médico ou nutricionista deve ser consultado para uma orientação adequada.
Conclusão: Priorize uma Alimentação Saudável e Equilibrada
A amamentação e alimentação são intimamente ligadas, mas não de forma complicada. O mais importante é focar em uma dieta variada e nutritiva, ouvir seu corpo, beber bastante água e, acima de tudo, confiar na sua capacidade de nutrir seu bebê. Descarte os mitos e desfrute desse momento especial, sabendo que seu corpo está perfeitamente preparado para a tarefa.
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Referências
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